terça-feira, 10 de setembro de 2013

Vida nova para o centro velho de Londrina - Por José Pedriali.


O prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff, pretende reinstalar quiosques no Calçadão de Londrina para comércio de café, flores e jornais e revistas.
Bravo!

O centro de Londrina entrou em estado agônico com a instalação dos shoppings – que não param de aumentar -, com o sistema viário cada vez mais entulhado, com a estultice de um sindicato que não permite a abertura do comércio além das 18 horas e nos finais de semana.

O processo foi acelerado com a reformulação de parte do Calçadão – obra necessária, mas feita à revelia do bom senso e da história -, que desfigurou seu traçado, e com o fechamento dos quiosques. Essas duas ações foram conduzidas pelo ex-prefeito cassado e por enquanto em liberdade Homero Barbóquio. A última afastou a população do local, exceto para fins comerciais (cada vez mais enfraquecidos pela concorrência dos shoppings).

A proposta de Kireeff pretende devolver parte da vida social ao velho Centro, que tem no Calçadão a sua alma.

Não será jamais como em seu período de glória, quando as famílias o procuravam – e ainda era permitido o tráfego de veículos – para se encontrar, os jovens para paquerar, os ambulantes para faturar. – Olha a banana, banana! – gritava um. – Raspadinha! – gritava outro. – O rei do quebra-queixo –  gabava-se outro. E, silencioso e sentado no chão, Circuito – o gênio do papel – compunha obras-primas enquanto seu corpo era atribulado por tiques nervosos.

Restaurante Calone, o chafariz daPraça da Bandeira e seu Muro da Vergonha, que aproximou tantos casais, cines Ouro Verde e Joia, os comerciantes de café concentrados sob o edifício América, os vendedores de gado da Praça Gabriel Martins, a Galeria Marchesini, as Lojas Huddersfield (difícil de falar, mas fácil de encontrar) porque ficavam ao lado das Pernambucanas – a única sobrevivente desta história. (O Ouro Verde aguarda o milagre da ressurreição – patrocionado pelo governo do Estado – após o incêndio que o vitimou no ano passado).

Não, não será jamais como em seu período de glória, pois o tempo é outro, as pessoas outras, mas o velho centro terá vida nova.

Que a reinstalação dos quiosques – pequena atitude diante de grandes problemas – seja o início de um processo de ressurreição do velho centro, que exige reformulação do sistema viário, equipamentos, segurança etc. etc. etc.

Longa vida ao velho e novo centro!

Um comentário:

  1. Boa medida! Agora só temos que acompanhar as licitações, pra ver se serão feitas com transparência.

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