O prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff, pretende reinstalar quiosques no Calçadão de Londrina para comércio de café, flores e jornais e revistas.
Bravo!
O centro de Londrina entrou em estado agônico com a
instalação dos shoppings – que não param de aumentar -, com o sistema viário
cada vez mais entulhado, com a estultice de um sindicato que não permite a
abertura do comércio além das 18 horas e nos finais de semana.
O processo foi acelerado com a reformulação de
parte do Calçadão – obra necessária, mas feita à revelia do bom senso e da
história -, que desfigurou seu traçado, e com o fechamento dos quiosques. Essas
duas ações foram conduzidas pelo ex-prefeito cassado e por enquanto em
liberdade Homero Barbóquio. A última afastou a população do local, exceto para
fins comerciais (cada vez mais enfraquecidos pela concorrência dos shoppings).
A proposta de Kireeff pretende devolver parte da
vida social ao velho Centro, que tem no Calçadão a sua alma.
Não será jamais como em seu período de glória,
quando as famílias o procuravam – e ainda era permitido o tráfego de veículos –
para se encontrar, os jovens para paquerar, os ambulantes para faturar. – Olha
a banana, banana! – gritava um. – Raspadinha! – gritava outro. – O rei do
quebra-queixo – gabava-se outro. E, silencioso e sentado no chão,
Circuito – o gênio do papel – compunha obras-primas enquanto seu corpo era atribulado
por tiques nervosos.
Restaurante Calone, o chafariz daPraça da Bandeira
e seu Muro da Vergonha, que aproximou tantos casais, cines Ouro Verde e Joia,
os comerciantes de café concentrados sob o edifício América, os vendedores de
gado da Praça Gabriel Martins, a Galeria Marchesini, as Lojas Huddersfield
(difícil de falar, mas fácil de encontrar) porque ficavam ao lado das
Pernambucanas – a única sobrevivente desta história. (O Ouro Verde aguarda o
milagre da ressurreição – patrocionado pelo governo do Estado – após o incêndio
que o vitimou no ano passado).
Não, não será jamais como em seu período de glória,
pois o tempo é outro, as pessoas outras, mas o velho centro terá vida nova.
Que a reinstalação dos quiosques – pequena atitude
diante de grandes problemas – seja o início de um processo de ressurreição do
velho centro, que exige reformulação do sistema viário, equipamentos, segurança
etc. etc. etc.
Longa vida ao velho e novo centro!
Boa medida! Agora só temos que acompanhar as licitações, pra ver se serão feitas com transparência.
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