quinta-feira, 21 de junho de 2012

O banco do mensalão será que fez só isso mesmo?


JL:Sérgio Malucelli se reuniu com Cito minutos antes de prisões

 gestor do LEC teria intermediado um encontro entre o banco BMG e representantes da prefeitura


21/06/2012 | 17:12Fábio Calsavara, com informações de Amanda de Santa e Fábio Silveira
O empresário e gestor do Londrina Esporte Clube (LEC)Sérgio Malucelli esteve reunido com o ex-secretário Marco Cito, minutos antes dele ter sido preso em flagrante, em 24 de maio, sob a suspeita de tentativa de comprar o voto do vereadorAmauri Cardoso (PSDB). A informação foi confirmada por Malucelli durante o depoimento ao Gaeco, na tarde desta quinta (21).
A reunião aconteceu no prédio da prefeitura. O gestor do Tubarão, que saiu calado do depoimento, teria intermediado, a pedido da vice-presidência do banco BMG, um encontro com um representante da administração municipal. Quem foi na reunião representando o BMG, patrocinador do Tubarão, foi um advogado. O assunto tratado era o crédito consignado para servidores municipais. Embora a reunião tenha ocorrido dentro do prédio da prefeitura, Cito não ocupava nenhum cargo público quando ela ocorreu.

Na edição de 3 de junho do JL, uma reportagem mostrou que o vereador Joel Garcia (PP) foi convidado para um encontro com Malucelli
, a pedido do próprio gestor do LEC, no começo de maio. A informação foi confirmada à promotoria do Patrimônio Público. Malucelli teria feito várias revelações na conversa: ele estava aborrecido com a demora no pagamento de R$ 1 milhão emprestado a Barbosa em 2012.Após prestar o depoimento, Sérgio Malucelli deixou o Gaeco acompanhado do irmão e advogado Marcos Augusto Malucelli. Eles saíram sem dar entrevista. Marcos Augusto afirmou que não poderia revelar o que disse “sob sigilo ao delegado”. Ele ficou cerca de uma hora no prédio do MP. Recentemente, o gestor do LEC confirmou ao Ministério Público a intenção de compra de uma rádio por R$ 4,5 milhões em sociedade com o prefeito Barbosa Neto (PDT). A informação motivou o MP a abrir uma investigação para apurar um possível enriquecimento ilícito do prefeito.
Na reportagem, o vereador sustenta a informação de que o dinheiro, segundo Malucelli, seria usado para pagar dois deputados federais do Rio de Janeiro que apresentariam emendas parlamentares para a Prefeitura de Londrina receber recursos da saúde.O caso também é investigado pelo Ministério Público Federal na Operação Antissepsia.
O promotor Renato de Lima Castro disse, no começo do mês, que “é de muito interesse da Promotoria saber se o prefeito teria condição de arcar com a compra de uma rádio de R$ 4,5 milhões com Malucelli. O valor do pagamento seria R$ 2,2 milhões à vista e os R$ 2,3 milhões restantes em 24 parcelas”. Para o promotor, mesmo que o negócio não tenha sido concluído, cabe investigar “eventual enriquecimento ilícito do agente público no exercício da função”. Segundo Castro, para averiguar a suspeita de enriquecimento ilícito de Barbosa bastaria “somar os holerites ou patrimônio que essa pessoa tem e quanto ela veio a amealhar a maior”.
O prefeito Barbosa Neto (PDT) confirmou o empréstimo de R$ 1 milhão, mas negou que tenha sido para comprar deputados. "Se tiver um registro de que Londrina recebeu um centavo de verba desse ou daquele deputado, renuncio ao meu mandato."
Em entrevista à Gazeta do Povo, Barbosa disse que tem uma relação de amizade com Malucelli e negou enriquecimento ilícito. "O que houve foi um empobrecimento lícito da minha parte. Estou me desfazendo de capital, perdendo bens para poder manter-me como prefeito da cidade, pois ganho menos do que recebia como deputado federal, estadual, ou quando trabalhava em rádio", afirmou.

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