O Jornal de Londrina, neste
domingo, trouxe uma informação, averiguada pelo Portal da Transparência do
município de Londrina, que o Prefeito Homero Barbosa Neto, teria usado dinheiro do
caixa da prefeitura para ir em benesses de seu partido.
E foram no mínimo 6 viagens que
o prefeito foi para sedes do PDT do Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba. As despesas
variam de hotéis, táxis e passagens, totalizando pouco menos de 5 mil reais,
todos os gastos de efetuados em 2012.
É óbvio, mas sempre relevante
lembrar a divisão de assuntos públicos e privados. Como lembrou, em seu
comentário, o professor Elve Cenci: A situação é a mesma de um empregado em uma
empresa. Afinal, quando ele deve usar o dinheiro da empresa?
Ora, quando for de assunto
oficial da empresa, ou melhor, quando estiver representando a companhia em alguma
venda por exemplo.
Agora se o empregado quiser
comprar uma viagens de férias, provavelmente fará com o seu salário e não da
verba que ele recebeu para ir em uma cidade para vender um produto em nome da
empresa.
Na situação do prefeito de
Londrina, fica claro que os assuntos de seu partido, como convenções, assembléias,
homenagens não dizem respeito a qualquer política publica nesta cidade.
Resumindo: é assunto privado, que não merece ser custeado pelo nosso dinheiro, só dele, como ironizou José Pedriali.
Tal confusão entre o que é
publico e privado não é meramente um erro ou mesmo uma ação de uma pessoa que é
engajada na política e para isso é atuante nas reuniões partidárias.
Não... De forma alguma. Tudo já
planejado dentro de um conceito de ciência política: O patrimonialismo.
Raymundo Faoro – jurista
falecido, com vocação para sociólogo - sem dúvida foi uma das pessoas que melhor
definiu esta palavra e colocou ela no contexto da história deste país.
O patrimonialismo vem de patrimônio que significa dominação. Trazendo isso
ao estado não significa simplesmente usar do estado com sua fazenda ou seu
carro.
Trata-se de oligarquias
tradicionais (o autor usa o termo estamentos) que usam do estado para
beneficiar seus membros, que se traduz em uma administração personalista.
Nessa administração se despreza
a separação entre o público e o privado. A população é usada como instrumento
pela oligarquia, através de políticas públicas que soam como favores deles.
Como se, por exemplo, chegasse saneamento básico a casa de uma pessoa é graças aos donos do poder, e não por causa de obrigações de fazer
políticas para o bem comum.
Com esses favores, os donos do
poder tentam manipular as pessoas para que suas vontades se transformem no mesmo
desejo da população. E assim, o povo é usado como instrumento de suas vontades.
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Dessa forma, é possível
entender um pouco do modus oprandi da política brasileira e do prefeito de
Londrina, que faz obras e obras em véspera de eleição, usa da prefeitura para
projetos com finalidade distante do bem comum e com meios sofisticados.
Mas, é preciso deixar claro que,
em Londrina, graças as pressões da
sociedade civil, imprensa e do Ministério Público que agem e evitam que os donos do
poder fazerem sua vontade de forma arbitrária, com a tentativa de manter valores democráticos.
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