O lago Igapó, popularmente, é conhecido por
ter divisões de 4 partes e tem vários afluentes, sendo que o principal é o
ribeirão Cambé.
O Igapó 3 e 4 são os que estão
com o maior nível de assoreamento (obstrução da correnteza) porém tem pouco
volume de água pois, tem poucos ribeiros que desembocam ali. Já o Igapó 2 e 1
tem mais afluentes e assim mais água. Existe assoreamento neles, mas bem menor
do que os primeiros citados.
Logo
fica evidente que o assoreamento do lago não foi o problema que causou a
inundação, assim, não seria a solução fazer obras para diminuir a
obstrução das águas. Além disso, nem sempre
lixo causa o assoreamento, por isso deveria ter um estudo mais aprofundado,
antes de anunciar aquele serviço.
Os problemas apontados pelos
especialistas foram, basicamente 2: escoamento
e impermeabilização.
O escoamento da água do Igapó 1 e 2, em que
toda a água acumulada, no lago e dos afluentes, passam pela barragem num espaço total de 25 metros e vai para um
bueiro de pequena vazão. Nos dias de chuva intensa, tal escoamento não dá conta
e invade a pista da Rua Almeida Garret.
A impermeabilização já um
problema mais complexo. Observem a figura adiante:
Imaginemos uma chuva neste
local. Por razões lógicas, a água que cair do lado do rio irá em instantes
chegar ao afluente. Ao contrário da água
que cai nos picos das montanhas, estas demorará algum tempo para entrar no
rio.
Com este movimento o rio
aumenta de volume, mas aos poucos, e assim evita o trasbordamento dele e sua
inundação na superfície vizinha.
No caso da maioria das cidades,
a água não toca diretamente solo natural,
ela chega aos asfaltos e tubulações feitos para escoar água das chuvas. Logo,
em pontos de vale, que é o caso do Igapó a
água trazida da chuva chega muito mais rápido ao afluente.
Como o lago tem um limite para
o recebimento de água, como os rios
também não suportam tanto volume de líquido, transbordam e causam os alagamentos
que já ocorreram duas vezes.
Soluções possíveis.
Até os anos noventa se investiam em políticas para desassoreamento de rios e a criação de piscinões para
acumular o excesso de água quando há muita chuva.
Mas esta política se alterou e
se volta para tentar o máximo possível
que a água penetre no solo e possa seguir seu curso mais lento até algum
afluente. Para isso é fundamental a compreensão da população sobre a
importância deste ciclo.
Pois com a educação preventiva
facilita e muito a concretização de políticas públicas, como por exemplo:
a)
Obras –
Já existe a lei de obras do município que prevê que 20% das áreas que se faça uma construção, não devem
ser obstruídas com concreto, deve ter plantas, gramas, arvores e etc.
Certamente é espaço suficiente para a penetração da água da chuva.
b)
Calçada
verde- parte de uma calçada
deve ser livre de concreto para água siga pelo solo e não pelos bueiros.
Normalmente se tem mais resistência esta reforma, principalmente pela sujeira
que pode causar, porém é possível usar plantas e gramas, alem do que se todos
pensarem desta forma, a situação vai melhorar em passos de tartaruga.
Além da
fiscalização e da conscientização para evitar maus costumes que são mais do
que banais, como por exemplo, pensar que as galerias pluviais das cidades são
esgoto. Bueiros, bocas de
lobo não foram projetados para receber qualquer tipo de lixo, desde
cigarro, latinhas, comida, ou mesmo folhas de árvores.
Tem de
ser ressaltado que o estado não possui fiscalização suficiente para verificar
infrações o tempo todo, aí é fundamental a participação da sociedade civil e a
imprensa, para levar os fatos.
Enfim, não
se trata de um bicho de 7 cabeças, pode ser resolvido de forma simples, mas depende e muito do apoio da
sociedade civil, pois caso contrário certamente os casos de alagamento irão
piorar.
É esse o melhor caminho a ser
seguido e não ficar tentando apagar incêndio declarando estado de emergência e
pedir dinheiro para o governo federal.
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