Do Baixo Clero - Fábio Silveira.
Ainda que haja uma grande e justificada
desconfiança com relação aos institutos de pesquisa e os levantamentos de
intenção de voto – a história recente da política brasileira, desde a
redemocratização alimenta e subsidia muitas das desconfianças, em alguns casos
tornando-as até factíveis –, o melhor remédio para todo esse problema é a luz
do sol. Só a exposição das pesquisas com suas eventuais divergências – será que
as diferenças são muito grandes? – é que será capaz de desmoralizar quem não é
sério ou age de má fé. Só a divulgação de todas as pesquisas é que exporá erros
e reforçará acertos.
Mesmo que parte do eleitorado seja influenciado
pelas pesquisas, votando com a lógica de quem aposta em corrida de cavalos, não
existe outra forma de melhorar tanto a forma de votar quanto a qualidade das
pesquisas quanto a qualidade do voto do eleitor brasileiro, senão expondo as
informações, mesmo as manipuladas e as construções de má fé.
Proibir a divulgação de pesquisas seria apostar na
menoridade das pessoas, e apostar na menoridade seria defender que essas
pessoas fossem tuteladas. É o mesmo raciocínio que a ditadura militar defendia:
o povo não pode votar porque não sabe votar. E tome eleição indireta.
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Concordo plenamente.
Complemento que uma das regras básicas da constituição brasileira é a liberdade de manifestação e de opiniões.
Ah, mas será que isso não criará uma libertinagem?
É por esses e outros motivos que todos devem compreender a culpa. Quando, toda vez que é feito um comportamento que é contrário aos caminhos de uma sociedade plural, democrática e cívica.
Dessa culpa deve existir a responsabilidade, que nada mais é o peso por praticar aquelas ações, que em regra se traduzirá em indenização ou em outras compensações.
É isso que deveria ocorrer com os institutos de pesquisas que erram ou são manipulados por interesses individuais.
E não o que propõe a lei de eleições (lei federal 9504, artigo 33): Caso a pesquisa esteja com erros, será aplicada multas imensas as quem publica.
Se não, a culpa não será mais do individuo, mas sim do estado. E será que este deverá tomar o lugar do individuo para agir de acordo com as suas vontades?
Por isso, proponho aqui, para que houvesse uma avaliação das pesquisas por especialistas que organizam o processo eleitoral.
Que essa avaliação tivesse critérios claros e que fosse exposto para toda a população.
Caso exista erro grosseiro, o candidato prejudicado seja indenizado e providencias criminais e administrativas se houver manipulação.
Mas punir a publicação de assuntos públicos é autoritarismo vestido na pele do bom cordeiro.
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