sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Post +: O autoritarismo na pele do bom cordeiro.


Do Baixo Clero - Fábio Silveira.

Ainda que haja uma grande e justificada desconfiança com relação aos institutos de pesquisa e os levantamentos de intenção de voto – a história recente da política brasileira, desde a redemocratização alimenta e subsidia muitas das desconfianças, em alguns casos tornando-as até factíveis –, o melhor remédio para todo esse problema é a luz do sol. Só a exposição das pesquisas com suas eventuais divergências – será que as diferenças são muito grandes? – é que será capaz de desmoralizar quem não é sério ou age de má fé. Só a divulgação de todas as pesquisas é que exporá erros e reforçará acertos.

Mesmo que parte do eleitorado seja influenciado pelas pesquisas, votando com a lógica de quem aposta em corrida de cavalos, não existe outra forma de melhorar tanto a forma de votar quanto a qualidade das pesquisas quanto a qualidade do voto do eleitor brasileiro, senão expondo as informações, mesmo as manipuladas e as construções de má fé.

Proibir a divulgação de pesquisas seria apostar na menoridade das pessoas, e apostar na menoridade seria defender que essas pessoas fossem tuteladas. É o mesmo raciocínio que a ditadura militar defendia: o povo não pode votar porque não sabe votar. E tome eleição indireta.
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Concordo plenamente.

Complemento que uma das regras básicas da constituição brasileira é a liberdade de manifestação e de opiniões.

Ah, mas será que isso não criará uma libertinagem? 

É por esses e outros motivos que todos devem compreender a culpa. Quando, toda vez que é feito um comportamento que é contrário aos caminhos de uma sociedade plural, democrática e cívica.

Dessa culpa deve existir a responsabilidade, que nada mais é o peso por praticar aquelas ações, que em regra se traduzirá em indenização ou em outras compensações.

É isso que deveria ocorrer com os institutos de pesquisas que erram ou são manipulados por interesses individuais.

E não o que propõe a lei de eleições (lei federal 9504, artigo 33): Caso a pesquisa esteja com erros, será aplicada multas imensas as quem publica.

Se não, a culpa não será mais do individuo, mas sim do estado. E será que este deverá tomar o lugar do individuo para agir de acordo com as suas vontades?

Por isso, proponho aqui, para que houvesse uma avaliação das pesquisas por especialistas que organizam o processo eleitoral.

Que essa avaliação tivesse critérios claros e que fosse exposto para toda a população.

Caso exista erro grosseiro, o candidato prejudicado seja indenizado e providencias criminais e administrativas se houver manipulação.

Mas punir a publicação de assuntos públicos é autoritarismo vestido na pele do bom cordeiro.










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