terça-feira, 23 de outubro de 2012

Insipidez eleitoral - Por José Antônio Pedriali.

Entre as virtudes – que são muitas – dos londrinenses não está a aptidão para escolher com sabedoria seus representantes no Executivo (esta é uma regra, e como toda regra, permite exceção).
E entre nossas virtudes também não consta o gosto pelo debate, pela crítica, pelo esmiuçamento do perfil dos candidatos na hora decisiva, que é o período eleitoral.
Temos a mania de condenar a priori todo aquele que aponta o dedo para o adversário e considerar o atacado como vítima e ungi-lo como nosso representante – que, em muitos casos, se revelou um santo de pau oco, quando não um capeta travestido de anjinho.
O momento é oportuno para esta constatação. Estamos a três dias do fim da campanha eleitoral e os candidatos, correspondendo às expectativas dos eleitores, se comportam como se estivessem sós na disputa. Não olham para o outro, não comparam suas propostas, não apontam as falhas que vêem reciprocamente.
E a imprensa? Comporta-se como mera rábula dos atos e propostas dos debutantes.
A campanha não está morna – está gélida!
E isso é péssimo. Porque priva o eleitor de conhecer a fundo quem é, o que pensa e o que pretende o candidato que irá decidir os destinos da cidade nos próximos quatro anos, com possibilidade de estender o mandato por mais quatro.
Por que esse receio?
Talvez seja para não remexer em feridas profundas, pois o responsável por tantos prefeitos ineptos ou corruptos que tivemos em nossa história recente é… o eleitor!
Como se comportaram a imprensa, os candidatos e os eleitores na eleição passada em relação a Homero Barbóquio (vade retro)?
Fecharam os olhos para os indícios abundantes de sua má conduta.
Indícios que vieram à tona com a denúncia do ex-chefe de gabinete Luciano Lopes, feita à Procuradoria da República e repercutida com ênfase – foram páginas e páginas – pelo… Correio Braziliense!
Nem a farsa montada por Barbóquio – que resultou na prisão em flagrante de Lopes, acusado de extorsão,  denúncia que a Justiça não comprovou, sugerindo que Barbóquio fizera falsa denúncia de crime -, alertou a imprensa local e o eleitor para a índole do proponente à chefia do Executivo.
O restante da história é conhecido, e enfatizamos: vade retro, Barbóquio!
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Acredito que seja o sentimento semelhante de todos que acompanham política na cidade, inclusive deste blogueiro.

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